terça-feira, janeiro 17, 2006

Diálogo de Surdos
A verdadeira Revolução tem que partir da conscientização popular

É assim que defino a atual situação dos “Revolucionários” brasileiros. Vários grupos discutindo, todos falando a mesma coisa, mas não conseguem se entender. Como se cada grupo falasse uma língua diferente, ou então, o dialogo entre aqueles que não querem se ouvir.

Se nem os militantes chegam a um consenso, o que esperar do resto do povo? O povo não teve instrução suficiente para perceber que enquanto não houver uma revolução que derrube todos os conceitos, econômicos, educacionais e culturais atuais, a miséria, fome, corrupção, exploração e destruição do meio ambiente continuarão existindo.

Quem teve instrução suficiente durante a vida para entender a conjuntura atual foram os nossos “Revolucionários”, cabe a eles iniciarem o processo revolucionário (Digo processo pois a Revolução é um processo, e não um fim. O dia em que uma revolução chegar ao fim será o dia em que precisará haver uma outra, que derrube todos os conceitos criados pela antecessora).

E o processo que levou nossos “Revolucionários” a conscientização foi o educacional. De alguma forma eles tiveram que adquirir conhecimento durante a vida, para que um dia, conseguissem perceber as falhas do sistema capitalista. Cabe então aos “Revolucionários” transmitirem esse conhecimento adquirido ao resto do povo, para que, povo e revolucionários, iniciem a insurreição que derrubará o sistema. Terminada a insurreição o conceito que difere revolucionários do resto do povo deverá terminar, caso contrário estaremos caindo no mesmo erro da revolução soviética, teremos duas classes distintas, e a nossa revolução será um fracasso.

Temos que criar um modelo próprio de revolução, e não copiarmos nenhum modelo pré-estabelecido. Nisso todos concordam, mas os nossos “Revolucionários” preferem continuar brigando pela liderança da Revolução. Essa desunião só favorece o sistema atual. Enquanto não houver uma união das forças de esquerda brasileiras nenhuma insurreição popular será iniciada. E se for iniciada uma insurreição sem a conscientização e participação popular essa insurreição fracassará. Mas, parece que o processo de conscientização do povo está parado pelas brigas entre os próprios “revolucionários” brasileiros.

Se continuarmos com a desunião o capital triunfará. Será que então viveremos o fim das utopias? Será uma utopia imaginar que as forças de esquerda brasileiras podem criar uma união para a conscientização do povo? Ou será que elas preferem criar uma insurreição sem a participação popular e com a aniquilação das outras forças de esquerda?

Repito: Devemos iniciar um processo de conscientização popular em larga escala, partindo do processo educacional, para formarmos uma base sólida da verdadeira revolução. E esse processo só pode ser colocado em prática com a participação de TODOS os “revolucionários” brasileiros.

Tomemos por base o último Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE). Quantos dos presentes estão realmente engajados na causa revolucionária, e quantos estavam lá só porque é muito louco ter uma camiseta do Che Guevara? Se todos os presentes realmente partissem para a conscientização popular a revolução que nosso país precisa com certeza ocorreria. Mas a verdadeira luta do ultimo (e dos últimos) Congressos da UNE era uma luta pela liderança da entidade UNE. A maior parte das teses apresentadas eram iguais, Fora ALCA, fora FMI, abaixo ao imperialismo estadunidense.

Todos falam a mesma língua, mas não se entendem. Todos buscam uma revolução, mas não se unem. Ou será que os nossos “revolucionários” só acham muito louco ter uma camiseta do Che?

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Amigo de alguma forma temos que lutar, um amigo me mostrou o link de seu site e fiquei feliz por ler tudo o que escreve. Não vejo muita luz nos nossos caminhos, mas quando vejo alguem interessado ainda por essas causas. Mesmo no escuro precisamos pensar que pessoas morrem todos os dias. E os culpados ´só querem ainda mais dominar e destruir, vidas. Não é pouca coisa, essa palavra, vida é muita infinda. Aos poucos vamos movendo nossas cabeças e pernas, percorrendo esse caminho cheio de buracos. Vamos chegar em outro lugar no próximo passo, pode ter certeza!
Obrigado pelo site.

Fabrízio A.G.

3:58 AM  

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