segunda-feira, dezembro 18, 2006


A burguesia se mobiliza para que???

Para assistir TV e ver seu time ser campeão de que??
Enquanto você esta na frente de sua TV os corruptos ficam 91% mais ricos e os pobres 91% mais pobres...

E viva o seu time campeão...
Pão e circo para a população...

Mas o povo esta revoltado
E os dias de fartura da burguesia estão contados
E quem começará a insurreição não serão os militantes,
mas sim o povo inconformado...
Estudantes tentam invadir sede da Prefeitura de SP em dia de protestos

da Folha Online

Estudantes que protestavam contra o recente aumento da tarifa dos ônibus municipais de São Paulo --de R$ 2 para R$ 2,30-- tentaram invadir a sede da prefeitura nesta segunda-feira, na região central. O grupo --cerca de 40-- entrou com confronto com a PM (Polícia Militar) e a GCM (Guarda Civil Metropolitana), que usou spray de pimenta para dispersá-lo.

No final da manhã, estudantes desceram de um ônibus que trafegava pela faixa preferencial, na avenida Paulista, e perfuraram seus pneus. O ônibus ficou parado em frente ao parque Trianon por cerca de uma hora. Usando narizes de palhaço, eles protestavam não apenas contra o aumento da tarifa, mas também contra o aumento do salário dos parlamentares.

Durante toda a manhã, houve outra manifestação em frente à sede da prefeitura, também ligada ao transporte público. Cerca de cem perueiros fizeram uma manifestação contra as mudanças no contrato de renovação do programa Vai-e-Volta, que oferece transporte a alunos da rede pública que moram na periferia.

No começo da tarde, mais manifestantes chegaram à prefeitura. Eram publicitários que, por meio de carros de som, protestavam contra a lei que pretende retirar todos os outdoors da cidade, segundo informações da assessoria de imprensa da própria prefeitura.

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Comentário:

Essa é a cara da nossa democracia.Onde está o direito do povo protestar contra os absurdos do governo?? Depois ainda dizem que o governo é eleito pelo povo e para o povo.
Pois é, a ditadura não acabou ela se mascarou!!

Presa em flagrante, mulher diz que esfaqueou ACM Neto por causa de reajuste

ABRIELA GUERREIRO
FELIPE NEVES
da Folha Online, em Brasília e São Paulo


A mulher que esfaqueou o deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), na tarde desta segunda-feira, foi presa em flagrante e autuada por tentativa de homicídio, segundo o delegado titular do 16º DP de Salvador, Wilson Ramos.

Em seu depoimento, Rita de Cássia Sampaio de Souza, 45, mencionou como razões para o ato o reajuste de 91% concedido aos parlamentares e um descontentamento geral com relação aos políticos brasileiros.

Para Ramos, no entanto, Rita se contradisse por diversas vezes e demonstrou "desequilíbrio emocional".

O incidente aconteceu às 12h40. Segundo o delegado, Rita usou uma peixeira para agredir o deputado. O golpe foi desferido pelas costas. Ele passa bem e está em observação no Hospital da Bahia.

No momento do ataque, o deputado deixava seu escritório acompanhado de amigos quando ela disse que queria falar com ele, se aproximou e desferiu o golpe.

A secretária de ACM Neto viu pela janela o ocorrido e acionou a polícia e uma ambulância para prestar socorro ao deputado.

Rita já foi encaminhada ao presídio feminino de Salvador, onde ficará presa até que seja julgada.

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) estava discursando no plenário do Senado quando recebeu a notícia pelo celular do ataque ao seu neto.

Comentário:

Pena que essa não seja uma atitude comum a todos os brasileiros. Se todos tivessem a coragem de agir como essa mulher tenho certeza que os corruptos do poder nunca mais tomariam decisões absurdas como o aumento de 91% de seus salários.

Rita de Cássia Sampaio para mim é uma heroína, é o retrato da indignação do povo brasileiro, é a mostra da coragem. E sua prisão reflete a covardia que é cometida contra nosso povo todos os dias, ou seja, aqueles que tem coragem de lutar pelo que acham correto são duramente repreendidos.

Claro que a mídia tentará mostrar essa guerreira como sendo uma desequilibrada, pois a mídia está a serviço dos corruptos de Brasília. Vale lembrar que a família ACM é que domina o mercado de telecomunicações na Bahia, então é lógico que irão tratar essa heroína como desequilibrada. Mas, para mim, desde já assumo a bandeira: “Liberdade já para Rita de Cássia Sampaio!!!!!!”

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Carta de Michael Moore ao povo Americano


"Amigos,

Hoje (27/11) marca o dia em que permanecemos no Iraque mais tempo que aquele que levamos para combater na Segunda Guerra Mundial.

É isso mesmo. Nós fomos competentes para derrotar a Alemanha Nazista, Mussolini e o Império Japonês inteiro em menos tempo que a única superpotência mundial gastou para tentar tornar segura a estrada que liga o aeroporto de Bagdá ao centro da cidade.

E nós não conseguimos fazer isso. Após 1.437 dias, no mesmo tempo que levamos para irromper pela África do Norte, conquistar as praias da Itália, conquistar o Pacífico Sul e libertar toda a Europa Ocidental, nós não pudemos, após 3 anos e meio, conquistar sequer uma simples estrada e proteger a nós mesmos de bombas caseiras, feita de latinhas, colocadas em buracos nas rodovias. Sem contar que uma viagem de táxi do aeroporto até Bagdá, de 25 minutos, custa 35 mil dólares e o motorista não te dá sequer um mísero capacete para sua proteção.

A culpa desse fracasso se deve a nossas tropas? Dificilmente. Não importa o quanto de tropas, de helicópteros ou de democracias nós cuspamos das nossas armas, nada irá "vencer a guerra no Iraque". Ela é uma guerra perdida. Perdida porque jamais teve o direito de ser vencida, perdida porque começou por homens que jamais estiveram em uma guerra, homens que se escondem atrás daqueles que foram enviados para lutar e morrer..

Vamos ouvir o que o povo iraquiano está dizendo, de acordo com uma pesquisa recente feita pela Universidade de Martland:

- 71% de todos os iraquianos querem os EUA fora do Iraque.

- 61% de todos os iraquianos apóiam os ataques da resistência contra as tropas americanas.

Sim, a vasta maioria dos cidadãos iraquianos acham que nossos soldados devem ser mortos e massacrados!

Então, o que diabos nós ainda estamos fazendo lá? Vamos interpretar como se não tivessemos compreeendido a deixa?

Existem diversos modos de libertar um país. Freqüentemente os cidadãos se rebelam e se libertam a si próprios. Foi assim que nós fizemos.

E você também pode fazer isso de modo não violento, usando a desobediência civil. Foi assim que a Índia fez.

Você pode também fazer com que o mundo inteiro boicote o regime de um país até que ele caia no ostracismo e capitule.

Foi isso que aconteceu com a África do Sul.

Ou, você pode simplesmente esperar que eles cansem e caiam fora, cedo ou tarde, como as legiões do rei fizeram (Algumas só porque estavam com muito frio). Isso aconteceu no vizinho Canadá.

O único modo que não funciona é invadir um país e dizer a seu povo "Estamos aqui para libertar vocês", enquanto eles não faziam nada para libertar-se.

Onde estavam todos esses homens suicidas enquanto Saddam Hussein oprimia o povo?

Onde estavam os "insurgentes" que plantam bombas nas estradas quando o comboio do maligno Saddam Hussein passeava por elas?

E acho que o velho Saddam era um déspota cruel - mas não tão cruel a ponto de milhares arriscarem seus pescoços contra ele.

"Ah não Mike, eles não podiam fazer isso! Saddam os mataria!" Sério? você acha que o rei George não mataria quem se insurgisse contra ele?

Você acha que Patrick Henry e Tom Paine tinham medo? Isso não os impediu de lutar.

Quando dezenas de milhares de pessoas não têm a inclinação de sair às ruas e derramar seu sangue para remover um ditador, isso deve servir como uma boa pista de que eles não estão desejando participar de alguma libertação promovida de fora.

Uma nação pode ajudar outro povo a remover um tirano (Foi o que os franceses fizeram por nós em nossa revolução), mas depois disso, você cai fora. Imediatamente! Os franceses não ficaram e nos disseram como deveriamos constituir nosso governo.

Eles não disseram "não estamos indo embora porque nós queremos os seus recursos naturais".

Eles nos deixaram à nossa própria sorte e nós levamos seis anos para fazer uma eleição depois da partida deles.

E daí tivemos uma sangrenta guerra civil. Isso foi o que aconteceu e a História está cheia desses exemplos. Os franceses não disseram:

"Oh, é melhor ficar na América, de outro modo eles vão se matar uns aos outros discutindo essa história de escravagismo".

O único caminho que leva uma guerra de libertação ao sucesso é ter por trás dela o apoio de seus próprios cidadãos - e um numeroso grupo de Washingtons, Jeffersons, Franklins, Gandhis e Mandelas liderando a insurreição. Onde estão esses faróis da liberdade no Iraque?

Essa é uma piada e tem sido uma piada desde o início. Sim, nós eramos a piada, mas com 655.000 iraquianos mortos como resultado da nossa invasão

- segundo a Universidade John Hopkins - eu acho que a piada de mau gosto agora é deles. Pelo menos eles foram libertados, permanentemente.

Por isso não quero ouvir nenhuma outra palavra sobre enviar ainda mais tropas (acorda Estados Unidos, John McCain está maluco!), ou sobre "realocá-las", ou esperar mais quatro meses para começar a " vencer o prazo" delas.

Só existe uma única solução e ela é simples: retirada! Agora. Comecem hoje à noite. Vamos cair fora de lá o mais rápido que pudermos.

Quanto mais pessoas de boa vontade e consciência não quiserem acreditar nisso, quanto mais mortes nós teremos para aceitar a derrota, nada poderemos fazer para reparar o dano que cometemos. O que aconteceu, aconteceu.

Se você dirigiu bêbado, atropelou e matou uma criança, não haverá nada no mundo que você possa fazer para devolver a vida àquela criança.

Se você invadiu e destruiu um país, lançando o povo a uma guerra civil, não há nada que você possa fazer até que a fumaça dissipe e o sangue derramado seque. Então, talvez, você possa acordar e ver a atrocidade que cometeu e depois ajudar os sobreviventes a tentar melhorar suas vidas.

A União Soviética caiu fora do Afeganistão em 36 semanas. Saíram assim e tiveram perdas pesadas na retirada.

Eles compreenderam o erro que cometeram e removeram suas tropas.
Depois, veio uma guerra civil. Os maus venceram.

Mais tarde, nós derrubamos os maus e tudo viveu melhor depois disso. Veja! No fim, a coisa funciona!

A responsabilidade pelo fim dessa guerra cabe agora aos democratas. O Congresso puxa as cordinhas e a Constituição diz que só o Congresso pode declarar a guerra. O senhor Reid e a senhora Nancy Pelosi têm agora o poder para colocar um fim a essa loucura. Se fracassarem nisso, a ira dos eleitores recairá sobre eles. Nós não estamos brincando senhores democratas e se vocês não acreditam em nós, toquem em frente e continuem essa guerra por outro mês. Nós lutaremos contra vocês ainda mais forte que fizemos contra os republicanos. A página de abertura de meu site na Internet tem uma foto de Nancy Pelosi e Henry Reid, feitas a partir de fotos de soldados americanos que morreram lutando a Guerra de Bush.

Mas que será a partir de agora a Guerra de Bush contra os
Democratas, a menos que alguma outra rápida ação seja tomada.

Essas são nossas exigências:

1 - Tragam as tropas para casa já! Não em seis meses. Agora!
Deixem de procurar um meio de vencer. Nós não podemos vencer. Nós perdemos.

Às vezes se perde. Essa é uma dessas vezes. Sejam corajosos e admitam isso.

2 - Peçam desculpas a nossos soldados e façam melhor. Digam a eles que nos desculpem porque eles foram usados para lutar uma guerra que não tinha nada a ver com a nossa segurança nacional. Nós precisamos assegurar que cuidaremos deles e que eles sofrerão o mínimo possível. Os soldados incapacitados física e psicologicamente receberão os melhores cuidados e uma compensação financeira significante. As famílias dos soldados que morreram merecem as maiores desculpas e precisam ser cuidadas para o resto das suas vidas.

3 - Devemos nos expiar das atrocidades que perpetramos contra o povo do Iraque. Há poucos males piores que fazer a guerra baseados em uma mentira, invadir outro país porque você quer o que é deles e que está enterrado no solo. Agora muitos mais irão morrer. Seu sangue estará em nossas mãos, não interessa em quem votamos. Se você paga impostos, contribuiu para os 3 bilhões de dólares por semana que gastamos para levar o Iraque para o Inferno onde está o país agora. Quando a guerra civil tiver terminado, nós deveremos ajudar a reconstruir o Iraque.

Nós não podemos nos redimir se não fizermos isso.

Por último, há uma coisa que eu sei. Nós, americanos, somos melhores do que as coisas que fizeram em nosso nome. A maioria de nós ficou estarrecida e zangada com o que aconteceu em 11 de setembro e perdeu a cabeça. Nós não pensamos direito e jamais olhamos um mapa.

Porque somos mantidos na estupidez graças ao nosso sistema patético de educação e à nossa mídia preguiçosa, não sabemos nada de História.

Nós não sabemos que somos os caras que financiaram e armaram Saddam Hussein por muitos anos, inclusive quando ele massacrou os curdos.

Ele era o nosso cara. Nós não sabíamos o que era um sunita ou um xiita, sequer havíamos escutado essas palavras.

De acordo com o National Geographic, 80% dos adultos do nosso país não sabem localizar o Iraque no globo terrestre.

Nossos líderes jogaram com nossa estupidez, nos manipularam com suas mentiras e nos amedrontaram até a morte.

Mas, no fundo, somos um povo de bom coração. Aprendemos devagar, mas a bandeira de "missão cumprida" nos atingiu de modo ímpar e cedo começamos a fazer algumas perguntas.
Depois, começamos a ficar espertos. No último dia 7 de novembro, nós ficamos loucos e tentamos consertar nossos erros.

A maioria agora conhece a verdade. A maioria agora sente uma tristeza e culpa profundas e uma esperança de qualquer coisa que seja feita, será melhor e colocará tudo nos eixos.

Infelizmente, não é assim. Então precisamos aceitar as conseqüências de nossas ações e fazer o melhor para que o povo iraquiano possa até pensar em pedir auxílio a nós no futuro. Pedimos a eles que nos perdoem.

Pedimos aos democratas que nos escutem e que saiamos do Iraque agora!

Do seu,

Michael Moore".

terça-feira, dezembro 05, 2006

Regras de Rogers a serem observadas nos serviços de expedição
Os Rangers lutavam seguindo à risca o manual escrito pelo major Rogers

I. Todos os Rangers serão submetidos às regras e artigos de guerra; devem comparecer ao toque de chamada todo anoitecer para a revista de tropa, cada um equipado com um mosquete, seis munições de pólvora e balas, além de uma machadinha, toda vez que um oficial de cada companhia for inspecioná-los, para ver se estão em ordem e prontos para qualquer emergência, a fim de marcharem ao tempo de um minuto em caso de aviso; e antes de serem dispensados serão destacados os vigias necessários e selecionados os expedicionários para o próximo dia.

II. Sempre que vocês forem enviados para inspecionar e investigar fronteiras ou fortes inimigos, se estiverem em número pequeno devem marchar em fila indiana, mantendo entre um homem e outro uma distância que impeça um único tiro de matar dois homens; devem mandar um ou mais homens adiante, de número igual para cada lado, numa distância de vinte jardas (18,28 metros) da força principal; se o solo por onde estiverem caminhando permitir, eles devem dar ao oficial responsável o sinal da aproximação do inimigo, bem como seu número de homens e outras informações necessárias.

III. Se vocês marcharem sobre pântanos ou terras não firmes, mudem sua posição e andem lado a lado para evitar que o inimigo possa rastreá-los (como eles fariam se vocês estivessem em fila indiana) até saírem deste solo, e então retomem sua prévia ordenação; marchem até pouco antes do anoitecer antes de acampar, preferencialmente num terreno que permita a seus sentinelas ver ou ouvir o inimigo de uma distância considerável, mantendo sempre metade do destacamento acordado, alternadamente, durante toda a noite.

IV. Antes de chegarem ao ponto em que devem fazer o reconhecimento, façam uma parada e mandem um ou dois homens de confiança para procurar o melhor terreno para realizar as observações.

V. Se tiverem a boa sorte de fazer prisioneiros, mantenham-nos separados até que sejam revistados; no retorno, sigam por uma rota diferente daquela pela qual saíram; isso os permitirá descobrir mais facilmente se existe algum destacamento em sua retaguarda; e, se a força do inimigo for maior que a sua, terão assim uma oportunidade para alterar seu curso, ou dispersar, conforme as circunstâncias exigirem.

VI. Se estiverem marchando numa grande formação, de trezentos ou quatrocentos homens, com o desígnio de atacar o inimigo, dividam o destacamento em três colunas, cada uma com seu comandante próprio; cada coluna deve marchar em fila indiana, as da esquerda e da direita mantendo vinte jardas ou mais de distância daquela do centro, se o terreno assim permitir; e mantenham vigias à frente e à retaguarda, bem como grupos de cobertura a uma distância apropriada, com ordens de parar em todo cume que houver pelo caminho para inspecionar o território em volta, prevenir emboscadas e notificar a aproximação ou retirada do inimigo; tais disposições podem ser realizadas tanto no caso de vocês estarem atacando ou se defendendo. E se o inimigo se aproximar à sua frente num terreno de nível mais alto, formem um front com suas três colunas ou força principal mais a guarda avançada, mantendo afastados os grupos de cobertura, como se vocês estivessem marchando sob o comando de oficiais de confiança; isso será feito para prevenir o inimigo de pressioná-los em qualquer um de seus flancos, ou de cercá-los, o que é o método usual dos selvagens, se o número deles assim permitir; e sejam igualmente cuidadosos em reforçar a sua linha de retaguarda.

VII. No caso de um tiroteio inimigo, caiam ou agachem-se ao solo até que esteja terminado, então levantem-se e disparem neles. Se a força principal do inimigo for igual à sua, estendam-se ocasionalmente; mas se for superior, cuidem para reforçar seu grupo de cobertura, para equipará-lo ao deles, se possível repelindo-os para sua força principal; em todo caso, invistam contra eles com grande determinação, com igual força em cada flanco e no centro, com o cuidado de manter distância apropriada uns dos outros, e avancem de três em três, metade do destacamento à frente, com distância de dez a doze jardas da outra metade. Se o inimigo investir contra vocês, deixem a linha de frente atirar e cair ao chão, e então deixem a linha de retaguarda avançar e fazer o mesmo; nesse meio-tempo, os homens da linha de frente estarão prontos para disparar novamente, e repitam o mesmo procedimento alternadamente, conforme a ocasião; desta maneira vocês manterão tal tiroteio constante que o inimigo não será capaz de ganhar terreno facilmente.

VIII. Se vocês obrigarem o inimigo a recuar, tenham o cuidado de, durante sua perseguição a ele, manter os grupos de cobertura afastados e evitar que o inimigo conquiste algum cume ou terreno mais elevado, o que o permitirá contra-atacar.

IX. Se vocês forem obrigados a recuar, deixem a linha de frente de todo o destacamento atirar de volta e cair novamente ao chão, até que a retaguarda tenha feito o mesmo, ganhando o máximo de terreno; desta maneira, se o inimigo os perseguir, eles o farão sob tiroteio constante.

X. Se o inimigo for tão superior ao ponto de haver perigo de cercá-los, dispersem todo o destacamento; cada homem deverá voltar por um caminho diferente ao ponto de encontro escolhido para aquela noite, e este ponto deve ser alterado e determinado a cada manhã para a noite seguinte, a fim de juntar toda a tropa, ou o quanto dela for possível, após uma eventual separação ao longo do dia; mas se acontecer de vocês de fato estarem totalmente cercados, façam uma formação em quadrado, ou em círculo se estiverem em mata fechada, e, se possível, fiquem parados até que a escuridão da noite facilite a escapada.

XI. Se a linha de retaguarda for atacada, a força principal e as coberturas devem voltar-se para a esquerda ou para a direita, conforme a ocasião, e formarem-se em oposição ao inimigo; e o mesmo método deve ser aplicado caso vocês sejam atacados em qualquer de seus flancos; desta maneira, formarão uma nova retaguarda com um dos grupos de cobertura.

XII. Se vocês decidirem reagrupar-se depois de uma retirada, a fim de realizar uma nova investida contra o inimigo, esforcem-se de todas as maneiras para fazê-lo no solo mais elevado que encontrarem, o que lhes dará uma situação de grande vantagem e lhes permitirá repelir tropas de número superior.

XIII. No geral, quando forem repelidos pelos inimigos, reservem sua munição até que eles se aproximem bastante, o que causará neles grande surpresa e temor, dando a vocês a oportunidade de atacá-los com larga vantagem, usando seus cutelos e machadinhas.

XIV. Quando acamparem à noite, estabeleçam suas sentinelas de maneira a não serem auxiliadas pela força principal até o amanhecer; segredo e silêncio profundos são de vital importância nesses casos. Cada sentinela, por sua vez, deve ser composta de seis homens, dos quais dois devem manter alerta constante e, quando dispensados por seus companheiros, isso deve ser feito em absoluto silêncio; no caso de aqueles em serviço virem ou ouvirem qualquer coisa que os alarme, não devem falar: um deles deve se retirar silenciosamente e comunicar o fato ao comandante para que as disposições cabíveis sejam tomadas. E todas as sentinelas ocasionais devem ser compostas da mesma maneira.

XV. Nos primeiros sinais do amanhecer, despertem todo o destacamento; esta é a hora que os selvagens escolhem para investir contra seus inimigos, e por isso vocês devem sempre estar prontos para recebê-los.

XVI. Se os inimigos forem descobertos pelo destacamento ao amanhecer, e seu número for superior ao de vocês, e uma vitória for duvidosa, não devem atacar até o anoitecer; assim eles não saberão em quantos vocês são, ou se estão acuados; sua investida será favorecida pela escuridão da noite.

XVII. Antes de deixar o acampamento, enviem pequenos grupos para inspecionar em volta, para ver se há alguma aparição ou rastro do inimigo que mostre que eles estiveram por perto durante a noite.

XVIII. Quando pararem para descanso, se puderem escolham uma nascente ou um riacho e disponham a tropa de maneira a não serem surpreendidos, colocando vigias e sentinelas numa distância apropriada, e montem um pequeno grupo para ficar de tocaia no caminho por onde vieram, a fim de que o inimigo não possa segui-los.

XIX. Se, durante sua volta, vocês tiverem que cruzar rios, evitem ao máximo as margens rasas, pois os inimigos podem estar esperando por vocês nesses locais.

XX. Se vocês tiverem que margear lagos, mantenham alguma distância da beira da água, evitando alguma emboscada ou ataque inimigo; nessa situação, a única retirada será a morte.

XXI. Se o inimigo estiver em seu encalço pela retaguarda, formem um círculo para depois retomar sua própria rota, e assim realizar uma emboscada para recebê-los e investir com os primeiros disparos.

XXII. Quando estiverem voltando de um reconhecimento de campo, e estiverem chegando perto de nossos fortes, evitem as rotas usuais e as estradas que se ligam a eles, não deixando que o inimigo os persiga e arme uma emboscada para atacá-los quando estiverem exaustos

XXIII. Quando forem perseguir alguma tropa inimiga que esteve perto de nossos fortes ou acampamentos, não os sigam diretamente em seus rastros; assim não poderão ser descobertos por seus vigias de retaguarda, que certamente estarão em alerta. Mas empenhem-se, por uma rota diferente, em alcançá-los e encontrá-los em algum estreito ou desfiladeiro, ou aguardá-los para uma emboscada quando eles menos esperarem.

XXIV. Se vocês precisarem embarcar em canoas, barcos ou equivalentes, por água, prefiram fazê-lo ao anoitecer; desta forma terão toda a noite para passar despercebidos por qualquer tropa inimiga que estiver em cima de um morro ou de outro local que os permita ter uma ampla vista do lago ou rio em que vocês se encontram.

XXV. Quando estiverem remando, dêem ordens para que o penúltimo barco ou canoa espere pelo último, e o antepenúltimo pelo penúltimo, e assim por diante, para prevenir qualquer separação ou dispersão; desta maneira, cada barco será capaz de auxiliar o outro no caso de alguma emergência.

XXVI. Elejam um homem em cada barco para ficar atento a eventuais disparos vindos das margens adjacentes, pelos quais, devido ao número e tamanho, vocês possam estimar quantos homens estão atirando e, assim, saber se serão capazes de atacá-los ou não.

XXVII. Se encontrarem os inimigos acampados próximos às margens de um rio ou lago que vocês imaginem que eles tentarão cruzar no intuito de ter maior segurança contra ataques, deixem um destacamento de sua tropa na margem oposta para recebê-los; enquanto isso, os homens restantes devem surpreendê-los, e assim terão os inimigos cercados entre vocês e a água.

XXVIII. Se vocês não estiverem seguros quanto ao número, à força ou ao poder de artilharia do inimigo, escondam seus barcos a uma certa distância e certifiquem-se dessas informações enviando um grupo de reconhecimento, descobrindo ainda quando eles embarcarão, ou marcharão, marcando o curso que eles tomarão etc., bem como quando vocês poderão persegui-los, emboscá-los e atacá-los, ou deixá-los passar, se a prudência assim os aconselhar. No entanto, geralmente é mais seguro, para que vocês não sejam descobertos pelo inimigo a uma grande distância, ficarem onde estão, com seus barcos e tropas escondidos por todo o dia, sem barulhos ou aparições, e continuar sua rota de perseguição à noite; e indo por terra ou por água, sempre dêem sinais uns aos outros, a fim de que se reconheçam no escuro; e, da mesma forma, elejam um ponto de encontro para que seus homens se restabeleçam no caso de qualquer acidente que possa vir a separá-los.

(Retiradas dos diários do major Robert Rogers, escritos em 1765, e citadas no livro White Devil, de Stephen Brumwell - tradução de Ana Elisa Camasmie)